quinta-feira, 26 de julho de 2012

Mahna Mahna

Ontem estivemos a jantar com uns primos e o filho mais novo deles, o D., com quase dois anos.
Além de uma noite muito bem passada, fica-me na memória o entusiasmo do D. sempre que lhe mostrávamos o famoso vídeo dos "The Muppets", o "Mahna Mahna". A alegria era tal, que o menino só repetia: «já não há "más"», "acabou" e «quero "más"», ao mesmo tempo que nos entregava o telemóvel para colocarmos, pela milionésima vez, o vídeo no You Tube.
E, apesar de ter visionado o vídeo um sem número de vezes, continuou sempre com o mesmo sorriso divertido, enquanto baloiçava a perninha ao som da música.
Deve ser tão bom ser criança! Ficar feliz com pequenas coisas e, mais do que isso, nunca se fartar do que lhe dá felicidade....


Aqui fica o vídeo, numa tentativa de alegrar, também, o vosso dia:


Di

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Um café e um pastel-de-nata, por favor!

De uma forma geral, considero que não tenho grandes vícios. Apenas os chocolates e os amendoins salgados me provocam uma sensação de total incapacidade de parar de os comer voluntariamente, ou seja, o "ataque" aos ditos cujos só termina se acontecer uma de três coisas: a embalagem acabar (situação mais habitual), alguém mos tirar da frente (vai acontecendo cada vez mais) ou ficar maldisposta (não é tão raro assim...).
Contudo, não acho que seja vício visto que, se não os tiver em casa, ou na casa de alguém onde vá com frequência, não me desloco ao supermercado para os comprar. Passo bem sem eles, se não os vir diante dos meus olhos (e nariz)...
E depois há o café. Pois, o café...
Esta bebida e eu temos uma relação estranha, já que começámos de costas voltadas e agora somos as melhores amigas.
Em tempos que já lá vão, esta pessoa que aqui vos escreve odiava café (sem nunca o ter, sequer, experimentado) e tudo o que estivesse com ele relacionado: bolos de café, gelado de café, rebuçados de café, etc, etc. Os meus pais, eternos amantes desta bebida, e sem a qual já não conseguem passar, achavam estranhíssima a minha rejeição ao café e, recordo-me, chegaram a propor que experimentasse "apenas uma colherzinha", a qual vinha na minha direcção e regressava, de imediato à procedência, após um abanão da minha cabeça.
Em qualquer encontro de amigos, enquanto todos pediam a famosa "bica", para mim lá vinha o carioca de limão e, com ele, a habitual piada: "ah queres um carioca, estou a ver...".
Sinceramente não me recordo da primeira vez que bebi café. Talvez tenha sido com amigos mas, provavelmente, foi em casa, por insistência familiar. Não adorei, é certo, mas também não desgostei...
Entretanto, entrei para a faculdade, onde as aulas começavam às 9 horas, a vontade de assistir às mesmas era pouca e... o café era a 0,35 cêntimos! É claro que tudo isto contribuiu para que, uma vez por outra, lá fosse ao bar, logo pela manhã e pedisse "um café e um pastel-de-nata".
Além disso, os encontros e as saídas à noite eram uma constante e, invariavelmente, o carioca de limão era substituído por uma "bica" (quanto mais não fosse para deixar de ouvir a habitual piadinha...). Por essa altura costumava dizer que o café, para mim, era "um acto social".
O curso termina e começo a trabalhar - os dias sucedem-se, longos, todos iguais. E inicia, então, a saga do café: um para acordar (importantíssimo!), outro a seguir ao almoço (mais importante ainda, para evitar a moleza) e, por vezes, um outro após o jantar (quando a noite vai ser longa ou mesmo só porque "apetece tanto beber um cafezinho depois da sobremesa").
Já lá vão uns anos e a rotina não mudou: dois a três cafés por dia ("nem sabe o bem que lhe fazia").
O café tornou-se indispensável na minha vida. Se não o bebo, não aguento as dores de cabeça durante todo o dia e (veja-se ao que cheguei!) até nas férias tenho que fazer a vontade ao meu organismo e pegar na chávena uma ou duas vezes por dia. 
Aliás, uma das primeiras coisas que o meu marido (namorado, na altura) e eu comprámos para o nosso "enxoval" foi uma máquina da Nespresso a qual, todos os dias, invariavelmente, é utilizada com fervor...
Para mim, o café é, hoje, um bem essencial. Mas, além disso, tornou-se um prazer que não consigo afastar.
Vício? Talvez... mas pouco me importa! Se todos os vícios fossem como este...
Espero que, um dia, quando tiver filhos, eles saibam apreciar o café como eu aprecio. Caso assim não seja, vou propor que experimentem "apenas uma colherzinha"... talvez resulte!


Di




Nota final: Outro dia descobri que casei no Dia Mundial do Café! Acreditem, foi pura coincidência, mas não deixa de ser um feliz... acaso!

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Uma tarde na Serafina

Ontem estivemos uma boa parte da tarde no parque da Serafina com uns amigos e o filho deles (de 14 meses).
Não frequentava aquele parque há uns 18 anos, desde os tempos das festas de anos dos colegas da escola (na altura, festejar o aniversário no Alvito e na Serafina era moda, não sei se hoje ainda assim é) e não fiquei desiludida. Tudo estava, mais ou menos, como me lembrava, apenas com uns insufláveis a mais...
O M., o bebé dos meus amigos, ficou deliciado com tudo aquilo e (ele que é uma criança bastante mexida) andava, sem grandes pressas, observando os outros meninos e tentando, ele próprio, digerir cada minuto passado no parque, como se o tempo, ali, fosse precioso.
Ao observá-lo dei por mim a pensar que nós, os adultos, devíamos levar a vida do mesmo modo que o M.: aproveitar cada minuto sem as habituais correrias, porque, de facto, o tempo é precioso.
Mas, em vez disso, passamos a vida num eterno lamento, a queixarmo-nos do que não temos e do que precisamos para estarmos felizes e quando, finalmente, nos encontramos no nosso "parque de diversões", esses momentos "sabem" a tão pouco e passam num ápice...
Ontem invejei uma criança de 14 meses. 
Durante uns minutos quis voltar a ser pequenina, segurar na mão da minha mãe e deixar que ela me ajudasse a subir para o baloiço. Quis aproveitar cada minuto naquele vai-e-vem, a sentir o vento bater-me na cara e ouvir o riso dos outros meninos no escorrega ali ao lado.
No fim de contas, são as crianças que nos dão lições de vida: os bons momentos devem ser saboreados e aproveitados ao máximo. Afinal, não sabemos quando poderemos voltar a andar de baloiço...

Di

quinta-feira, 19 de julho de 2012

O Facebook - parte II

Ainda o Facebook...
No post anterior esqueci-me de referir um dos aspectos que mais caracteriza esta rede social: a descrição (por vezes ao pormenor) de todos os passos e passinhos que são dados ao longo do dia...
Com um "fui ao cabeleireiro cortar o cabelo" (acompanhado de uma imagem do dito corte), ou um "estou no dentista e cheio de medo de tirar um dente" (ainda não vi nenhuma imagem de dentes, mas já estivemos mais longe disso), ou ainda um "o almoço caiu-me mal, pelo que vou ali «descarregá-lo» ao WC" (muito medo do dia em que aparecerem estas imagens).
Mas pronto, agradeço aos meus amigos que, tão caridosos, fazem o favor de me manter informada sobre todos os aspectos da sua vida, incluíndo alguns pormenores sórdidos. Sem eles os meus dias teriam um rumo totalmente diferente... e, acreditem, muito menos interessantes.



Di

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Porque uma imagem vale mais que mil palavras

Três semanas decorridas desde que publiquei o primeiro post, com 2 seguidores registados (quero crer que não serão os únicos) e cerca de 400 visitas, concluí que não foi uma má aposta criar este blog...
E porque todos sabemos que uma imagem vale mais que mil palavras, resolvi acompanhar os meus textos-desabafos com algo mais apelativo (pode ser que assim alguém os leia, ah ah ah): fotos ou imagens alusivas. O que acham?
E com isto espero dobrar o número de visitas e seguidores...Além de pouco humilde, sempre fui pessoa com grande ambição :)

terça-feira, 17 de julho de 2012

O Facebook

Tenho mixed feelings em relação ao Facebook.
Por um lado, adoro e, tal como a maioria dos cibernautas do século XXI, não há dia em que não vá lá dar um arzinho da minha graça. Por outro lado (e acontece-me cada vez mais), abomino a utilização que as pessoas dão ao mesmo.
Não tenho uma quantidade excessiva de amigos no Facebook - mais propriamente 232 amigos - e isto porque sou extremamente restritiva quando toca a "aceitar amizades" e a enviar convites. Se coloco informação pessoal naquela rede social (por muito que tente não colocar coisas demasiado pessoais, é inevitável que "saia" uma ou outra coisinha) prefiro que elas sejam visualizadas APENAS por quem eu considero ter uma proximidade e ligação mínima com a minha pessoa e, como tal, "mereça" conhecer um pouco do meu dia-a-dia e partilhar comigo gostos e ideias.
Independentemente disso, e como já disse, tento filtrar ao máximo a informação que coloco. Mas, confesso, e no que às fotos diz respeito, a censura aplicada é sempre leve e tenho inevitavelmente a tendência para publicar demasiadas imagens de locais onde fui ou irei e, muitas vezes, com quem estive, estou ou estarei. E sei que não deveria fazê-lo mas, a maioria das vezes, é difícil contrariar essa vontade.
Outro dia, por exemplo, fui passear com o marido e, eis senão quando, deparamos com uma tabuleta a indicar o nome da estrada onde nos encontrávamos, a qual (pura coincidência!) era igual ao nosso apelido. Toda entusiasmada, pedi-lhe para parar o carro de modo a poder fotografar a dita cuja placa. Ele, reticente,  lá parou o veículo, fez marcha atrás, e eu lá tirei a tão desejada foto. Uns minutos mais tarde pede-me que o ajude com as indicações, visto que se encontrava um pouco baralhado em relação ao local onde nos encontrávamos. E eu, embrenhada em publicar, através do meu Blackberry, a dita foto no Facebook, nem lhe dei ouvidos... Quando "caí em mim", nem queria acreditar no que tinha acabado de fazer: com a pressa em mostrar ao mundo a bela da placa, podia ter arruinado o nosso passeio, o que felizmente não aconteceu porque o marido até é bastante orientado...
Posto isto, dei por mim a pensar que o Facebook, e as demais redes sociais, longe de facilitarem o convívio virtual entre as pessoas e auxiliarem a nossa vida no que à socialização diz respeito, por estarem a ter uma utilização excessiva e, por vezes, abusiva, acabam por, em certos casos, prejudicar o convívio físico e o dia-a-dia familiar/caseiro, diga-se, não tecnológico. É que, de facto, as pessoas preferem, por exemplo, publicar fotografias do local paradisíaco onde se encontram a passar férias (muitas vezes para mostrar que, de facto, estiveram lá) a aproveitar aqueles momentos únicos, em locais inigualáveis, onde estão com as pessoas que (realmente!) interessam.
E mea culpa, porque também ando a cair nesse erro...
Mas vou corrigir. Prometo, a mim mesma, que vou corrigir.




Di

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Um mundo... no armário

Considero-me uma mulher absolutamente normal. E quando digo normal, quero dizer com gostos e manias normais, dentro da anormalidade que é a cabeça de uma mulher.
Gosto de roupa, sapatos, malas, lenços, pulseiras, brincos, colares, relógios e óculos de sol. E tenho um número razoável de todas estas coisas. Pronto, confesso, não tenho um número razoável se formos comparar o meu roupeiro com o do meu marido. Mas, tendo como termo de comparação o armário de uma qualquer mulher "normal", penso que estarei dentro da média...
Contudo, a maioria das vezes, quando me visto de manhã, olho para o roupeiro e, inevitavelmente, penso que não tenho roupa e/ou acessórios suficientes. Isto sem antes retirar um sem número de peças, mirá-las e, num gesto de pura raiva, as atirar para cima da cama, concluindo que não-gosto-não-quero-não-me-apetece. 
E, posto isto, penso para comigo que "não tenho roupa suficiente e preciso, urgentemente, de remodelar o guarda-roupa". Estranho é que, por mais que o faça, por mais peças que adquira, todas as manhãs o sentimento é o mesmo...
Mas sinto-me aliviada porque, afinal de contas, sou uma mulher normal. Em quase todas as casas há um exemplar semelhante a mim: que, tal como eu, é normal dentro da anormalidade que é a cabeça de uma mulher. Afinal, que mal tem gostar de (ter) roupa e querer sair à rua (razoavelmente) apresentável? 
Sim, a crise...
Mas, actualmente, com promoções durante todo o ano e tantas lojas low-cost conseguimos comprar coisas tão giras e tão baratas... Lá está, crise não é a melhor desculpa!
Pois, o espaço...
É verdade, o espaço, lá em casa, começa a escassear e duvido que consiga arrumar os sapatos que encomendei na passada sexta-feira. Mas, todos sabemos que, com boa vontade tudo se consegue e, como tal, tudo se arruma...
Sim, muitos outros motivos haverão, mas acho que consigo refutá-los a todos. Bem vistas as coisas, quem vou transtornar - para além da minha própria pessoa - com a minha normal anormalidade? Que prejuízo terá o planeta Terra por eu (querer) ter um mundo... no armário? Haverá coisas bem piores, certo?



Di

quinta-feira, 12 de julho de 2012

O Benfica... em Nova Iorque

Já aqui falei da minha viagem a Nova Iorque e da surpreendente simpatia que caracteriza os nova iorquinos, mas não contei um episódio hilariante que me aconteceu nas ruas daquela cidade única.
Ora andávamos nós algures perto do Ground Zero, penso que à procura de um restaurante para almoçar, quando nos cruzamos com um grupo de trabalhadores das obras, que se encontravam em grande azáfama a tentar gerir as ditas obras, o respectivo material, o aglomerado de gente e o trânsito imparável daquele local. Como tudo desperta curiosidade a um turista, demorámo-nos um pouco mais a observar toda aquela agitação. Eis senão quando vemos um autocolante-bandeira verde e vermelho, com um escudo no centro, colado no capacete de um dos trabalhadores: "Aquele senhor tem uma bandeira portuguesa no capacete!" - exclamei entusiasmada.
"Vamos ter com ele?" - sugeriu.
E lá fomos a correr, estrada fora, em busca do senhor que, muito provavelmente, seria nosso compatriota. Mas a dúvida pairava... seria mesmo?!
"Bom dia! É português?" - perguntei, na minha língua materna.
Depois de uns segundos de silêncio, e com uma grande dose de espanto e satisfação, responde: "Sou..."
"Podemos tirar uma foto consigo?"
E com um entusiasmo indescritível chama o colega e pede-lhe para nos tirar uma foto, aos três, com as obras do Ground Zero como pano de fundo...
Depois de nos explicar que era de Leiria e que tinha vivido muitos anos no Porto, até decidir emigrar para os Estados Unidos, há cerca de vinte anos, perguntou, com um interesse sincero, "pelo nosso Benfica", acrescentando: "Está muito mal, né? Parece que ainda não é este ano...".


Não foi, de facto, este ano.
Mas, para mim, benfiquista "ferrenha" e convicta, orgulha-me o facto de, mesmo sem vitórias e grandes exibições, o Benfica ser tema de conversa nas ruas de Nova Iorque.


Di

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Algarve

Só há relativamente pouco tempo me apaixonei pelo Algarve. E, agora, sou uma fã convicta e fiel...
Em tempos que já lá vão, os meus avós tiveram uma casa em Vilamoura e boa parte da minha família, ainda hoje, possui casa (e é utilizadora regular da mesma) na zona do Carvoeiro. 
Mas os meus pais nunca foram frequentadores assíduos das terras algarvias. Por exemplo, o meu pai - e com alguma razão, diga-se de passagem - odiava as horas perdidas nos restaurantes de uma qualquer cidade algarvia, à espera que nos fossem servidas refeições ou entregue um simples troco porque, como ele dizia, "o algarve é feito para os turistas e nós somos sempre os últimos a ser atendidos"...
Por isso, para mim, o Algarve pouco mais era do que aqueles dois locais.
E, por esse e outros motivos, o nosso destino passava, quase sempre, pelo litoral alentejano - local que também adoro e que terá sempre um lugar reservado no meu coração.
Quando me "emancipei" das férias com os progenitores, e porque o dinheiro disponível nunca abundava, comecei a aceitar convites para uns dias de férias no Algarve, com os amigos e o namorado ou só com o namorado...
Fiz questão de começar numa ponta e terminar na ponta oposta. Se era para conhecer o Algarve, era para conhecê-lo a fundo... E lá andei eu, durante alguns anos, entre Sagres e Vila Real de Santo António...
Gostei de muitos sítios, antipatizei com outros mas, de uma maneira geral, as férias algarvias deixavam sempre saudades e vontade de regressar ano após ano. Na minha memória ficará para sempre a "descoberta" da Ilha do Farol. Não só pelo único, maravilhoso e apaixonante local, como pela pessoa que fez questão de me mostrar aquele que era, pura e simplesmente, o grande palco das suas férias na infância...
E assim começou, ao lado do meu maior amor, a minha paixão pelo Algarve.
Agora sou fã convicta e fiel das terras algarvias. Do sol, das casinhas caiadas (essas porque me fazem, também, lembrar o MEU lindo alentejo), do mar calmo, das bolas de berlim, das esplanadas sempre repletas de gente (e gentes) e da vida veranil e cheia de contrastes de qualquer terra algarvia que se preze: aquela mistura de serenidade e agitação, da cor azul do mar e do branco das casas, do som da língua estrangeira e do sotaque algarvio (tão semelhante ao do MEU alentejo)...
Este ano lá estarei! E serão apenas quatro dias. Mas dará para matar saudades desta terra onde me sinto em casa... e que aprendi a amar já em adulta.















(dedico este post ao amor da minha vida e à minha amiga C., que me ajudaram a conhecer tão bem o Algarve)


Di

terça-feira, 10 de julho de 2012

"I do"

Esta é, sem dúvida, a época dos casamentos. Porque chegámos ao Verão e porque a maioria dos meus amigos está "na idade de casar"...
O meu já lá vai... desde o início da Primavera (sim, por que eu e o sr. Verão não nos damos lá muito bem). E foi um dia muito bonito, cheio de amor, alegria, música e... vento!
Preparei uma festa de média dimensão e tive tudo a que tenho direito: um maravilhoso vestido com cauda e véu, um lindo bouquet, arroz e pétalas aos montes, um belo jantar, uma bonita valsa e um grande bolo. Passei a noite num hotel de cinco estrelas e, uns dias depois, numa grande viagem.
Mas o clima de festa terminou bem mais rápido do que o tempo que demorei a prepará-la. O dia do casamento e os que o sucedem são magníficos, sem dúvida, mas são momentos atípicos e que dificilmente voltam a verificar-se, pelo menos com aquela magnitude.
É certo que é uma vez na vida (pelo menos, no meu caso, assim o desejo) mas a alegria e a beleza daqueles dias são efémeras e depressa se transformam na banal vida do quotidiano. E não que isso seja mau, até porque a banal vida do quotidiano também deverá ser repleta de amor, alegria e beleza - e quanto a isso, até agora, não me posso queixar... - mas esses momentos são bem mais moderados e inconstantes, já que a nossa vida, infelizmente, não se encontra sempre no auge (da felicidade).
E é, exactamente, isto que gostaria de dizer aos meus amigos que se vão casar: a festa é bonita, são dias inesquecíveis, mas tudo acaba cedo. Por isso, guardem um pouco dessa felicidade para os dias que se seguirão, aqueles para que nunca nos preparamos e que vão, esses sim, ocupar o resto das nossas vidas.
Porque casar é fácil. É só dizer "sim", dar um beijinho e receber umas prendas. O difícil (e não, necessariamente, pior) vem depois. E relembrar o grande dia já não será suficiente para colmatar os problemas que vão surgindo.


Independentemente do que aqui transmiti, não retiraria nada ao dia do meu casamento. E desejo (ai, desejo tanto!) que ele seja um espelho da minha (nossa) vida no futuro, já que, também nela, quero tudo a que tenho direito...


Di

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Vida difícil

A vida (sei que é mais um cliché, mas nem por isso menos verdade) é difícil!
É difícil para mim, para ti e para ele. E é ainda mais difícil para milhões de pessoas que tiveram o azar de nascer com pouca saúde ou foram vítimas de acontecimentos fatídicos.
Mas, muitas vezes, ela é difícil por que as pessoas a tornam difícil...
Porquê mudar quando se está bem? Porquê estragar o que funciona? É ilógico e é, até, masoquismo... Mas todos o fazemos. Todos nós temos o condão de, em determinada altura da nossa existência, tomar uma qualquer decisão, ou defender uma qualquer posição, que vai piorar substancialmente a nossa vida.
E depois... lá vem o queixume de quão ela é difícil. 
E é, de facto!
Mas como explicar isso ao comum do mortal?  "Fica aí quietito, nunca ajas, nunca decidas, nunca tomes posições"(?!). Parece-me que, assim, lhe íamos tornar a vida um pouco... difícil...


Di

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Férias

As (tão esperadas) férias começam daqui a menos de um mês.
Contudo, vão ser as mais curtas dos últimos quatro anos (as obrigações laborais assim o exigem) e, desta vez, irão ser passadas num sítio diferente do habitual.
De qualquer modo, mal posso esperar que elas comecem... Sejam três semanas, quinze dias ou um fim-de-semana, férias são férias e já não as dispenso.
Lembro-me que, há uns quinze anos, frequentava eu o ciclo preparatório, a meio de Agosto já ansiava pelo fim das férias e o início das aulas. Sim, (espantem-se!) é verdade! Sendo eu filha única, férias era sinónimo de horas a fio a brincar sozinha, dias inteiros na praia com os meus pais a observar as outras crianças a brincar em conjunto, enquanto eu construía e destruía castelos na areia, completamente só...
Não que as minhas férias fossem más. Não eram. Lembro-me, por exemplo, de bons momentos em Vila Nova de Milfontes, recordo-me de dias únicos nos Açores e na Madeira. Mas faltava-me a companhia dos outros meninos e só de vez a vez, lá apareciam as minhas primas ou uma ou outra amiga para me acompanhar nas brincadeiras. Por esse motivo, desejava tanto o início das aulas. Recordo-me, como se fosse hoje, que adquirir o material escolar era um dos pontos altos do meu Verão: para além de ser sempre divertida a compra dos cadernos, das canetas coloridas, do estojo a condizer com a mochila ou de "vasculhar" os livros ainda sem uso, este momento traduzia "regresso às aulas", recreio, companhia...
Anos mais tarde as férias diminuíram e começaram a saber a pouco. Então, na faculdade, não sabiam a quase nada, e tornou-se um suplício o regresso aos estudos...
Hoje as férias, para mim, já não significam só companhia (essa tenho-a, felizmente, durante todo o ano, seja em casa, no trabalho ou no café com os amigos). Significam descanso, paz, talvez, até, uma espécie de anarquia, devido à quase total ausência de regras.
E, por isso, mal posso esperar pelas férias.
Pelos momentos a teu lado, em silêncio, à beira de uma piscina de um qualquer hotel, em que não são precisas palavras para descrever o que nos vai na alma.
Pelos muitos passeios que damos pelo país, ou por uma qualquer cidade na Europa, em que percorremos quilómetros (e apenas sinto os pés por que os mesmos teimam em escaldar dentro dos ténis), jurando sempre não repetir a proeza, promessa que esquecemos no dia seguinte.
Pelas horas passadas na esplanada, até de madrugada, em que só o cansaço vence a vontade de pôr a conversa em dia com os amigos de sempre.
Ou, ainda, pelo momento, só meu, de saborear um livro, deitada na toalha, debaixo de um raio de sol, enquanto as crianças riem e saltam à beira-mar, encharcando-me de areia e pingos de água.
Já fui assim. Já saltei e ri à beira-mar. E também já chorei por os outros meninos não quererem brincar comigo... Mas agora sei que, finalmente, consigo apreciar as férias no seu todo. E adoro esses (por vezes, tão poucos) dias de liberdade. Faz-me regressar 15 anos atrás, aos momentos em que tinha companhia para construir castelos na areia.



Di

terça-feira, 3 de julho de 2012

Anseio...

Anseio pelo momento em que vou descobrir um novo amor. 
Não por um homem, por que esse amor já o descobri há alguns anos e sinto-me completa e preenchida no que a ele diz respeito, tendo a certeza de que essa etapa terminou e que agora uma das minhas missões é fazê-lo feliz e aproveitar cada minuto a seu lado. 
Mas por outro ser. Também ele humano, mas bastante mais pequeno, inocente e indefeso. Um ser que sairá de dentro do meu corpo, que foi feito por mim (nós), que tem os meus genes e vai ter o meu nome. Que é fruto do meu (nosso) amor e pelo qual vou ser responsável durante uma boa parte da sua vida.
O que irei sentir quando lhe tocar a primeira vez? Como irá palpitar o meu coração quando o ouvir respirar, quando o encontrar a olhar para mim ou a sorrir-me?
Como é o amor de mãe? É parecido ao amor que sentimos pelo nosso marido? Ou pelos nossos pais? Ou é, ainda, uma outra espécie, totalmente diferente, de amor?
Sinto que a minha outra missão neste mundo é gerar uma vida. Ou duas ou três. Sei que tenho muito amor para dar (e receber) e ando cheia de pressa em distribuir todo esse amor. Aliás, mal consigo contê-lo cá dentro, tal é a vontade que esse amor tem em sair.
Anseio por me sentir "culpada" por colocar outra pessoa no mundo e pelos deveres que isso me trará. E não tenho qualquer receio.
Eu que tenho medo de abelhas, de cães grandes, do mar agitado e de muitas outras coisas... não tenho medo de conceber duas ou três vidas. Não sinto qualquer receio ou insegurança. Talvez por que saiba que, apesar de ser impossível ser uma mãe 100% perfeita e estar 100% presente, vou ter muito amor para dar e que, pelo menos este, nunca lhes faltará.
E por isso anseio... muito...


Di