terça-feira, 30 de outubro de 2012

Arco-íris

Hoje é dia de arco-íris em Lisboa.
Lá está ele! Vê-se tão bem, ali pertinho da linha do horizonte...
Ver um arco-íris logo pela manhã faz rejuvenescer qualquer pessoa que acorde mal humorada, incluindo eu. 
Qual frio, qual humidade! Quem se lembra disso quando está a tomar o pequeno-almoço e a ver aquelas linhas de cores vivas em cima dos telhados da capital?
Esta manhã fez-me lembrar o dia do nosso casamento. Uma manhã agradável que se transformou, para  tristeza dos nossos convidados (visto que nós pouco sentimos o frio ou a chuva, eheh...), numa tarde ventosa e chuvosa, típica do mês de Abril. Contudo, essa tarde chuvosa culminou num bonito espectáculo, proporcionado por um belo arco-íris sobre a baía de Cascais. Quem pode desejar mais, no dia do seu casamento?
Sete meses volvidos, ponho-me a pensar: será isso um pronúncio do que vai ser a nossa vida a dois? Uns choviscos e alguns dias ventosos, os quais terão sempre como término um belo arco-íris?
Se assim for posso considerar-me uma mulher feliz, visto que se avizinha uma vida fantástica pela frente...
Aliás, vistas bem as coisas, esta não foi uma manhã muito diferente das outras. Acordar a teu lado, todos os dias, e ver-te sorrir, traz-me tanta (ou mais) paz de espírito como tomar o pequeno-almoço tendo um arco-íris como vizinho...




(foto tirada, por um convidado, no dia do nosso casamento)

Di

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Calendário (de chocolate)

Hoje é dia 25 de Outubro.
Faltam 5 dias para o mês de Novembro, dois meses para o Natal e 70 dias para o meu aniversário. E, nos entretantos, também mudamos de ano (se o mundo não acabar em Dezembro). Se tudo correr como ambiciono, os dias que se seguem são de extrema importância para a minha vida. E mais não digo (queriam saber mais, não é, seus malandros?!)...

Há uns tempos fiz um post sobre o meu grave problema: o de não conseguir esperar. Pois, estou agora  nessa fase, a de contar os dias, as horas e os minutos. E desesperar por eles passarem irritantemente devagar...

Bem vistas as coisas, não mudei muito o meu comportamento nos últimos 20 anos. Antigamente, a minha mãe comprava-me aqueles calendários de chocolate, com janelinhas, e todos os dias comia um chocolate, até ao tão desejado dia 24 de Dezembro. Quando olhava para o calendário, de manhã, antes de ir para a escola, ficava um tanto ou quanto desiludida porque (ainda) via muitas janelinhas fechadas. Mas cedo me alegrava. Corria para o calendário, abria mais uma janela e lambuzava-me com o chocolate.
Agora sinto-me exactamente na mesma: todos os dias desespero por ainda faltarem tantos para "a-coisa-que-pode-mudar-a-minha vida". Com uma diferença: não tenho a contrapartida do chocolate...
Espero que este seja um Natal diferente (e, nos entretantos, a passagem de ano e o meu aniversário). Até porque, até lá, já terei todas as janelinhas abertas...


Di

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Conversa ternurenta

Ontem sentaram-se atrás de mim, no autocarro, uma mãe e uma filha, esta com uns 5 anos.
No início não prestei muita atenção à conversa entre elas. Mas, a certa altura, oiço chorar. E pareceu-me um misto de medo, arrependimento e birra. Esperei e pus-me à escuta. Eis o diálogo:
"Oh filha, a mamã vai continuar a gostar muito de ti!"
"Buahhhhh"
"G...., diz-me uma coisa: a mãe gosta mais de uns alunos do que de outros?"
"Buahhhhhh", seguido de um "Nãooooo" e de um outro "Buahhhhh".
"E a professora lá da escola gosta mais de uns meninos do que de outros?"
"Nãoo.... snif..."
"E porque é que achas que é assim?"
"Ela gosta de todos igual, mas como os meninos são todos diferentes, ela também tem que fazer diferença quando fala com eles... Snifff..."
"Pronto! Vês, é isso mesmo. A mamã vai gostar dos dois de igual forma, mas com certeza que irá tratá-los de maneira diferente, porque o bebé não vai ser igual à G..., não é?
"Simmmm..." Suspiro...
Alguns segundos depois:
"Mãe, se for um menino pode jogar na equipa do M...?"
"Pode."
"E se for menina pode brincar comigo?"
"Sim, claro."
"Hummm.... Mãe?"
"Sim, G...."
"Gostas do nome Mariana? E de Matilde? E se for Ana ou Rita?

Durante o resto do percurso, mãe e filha discutiram os possíveis nomes da criança (apenas femininos) e eu dei por mim a pensar: como se sentirá uma criança perante aqueles que são os seus primeiros sinais de ciúme e inveja? O que vale é que é tão fácil convencer as crianças, quando elas elas ainda vêem as mães como heroínas...


Di

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Outono

"O Outono é a estação do ano que vem depois do Verão e antes do Inverno.
É nesta estação que descem as temperaturas e começam a cair as folhas das árvores.
O Outono inicia a 22 ou 23 de Setembro e termina a 21 ou 22 de Dezembro."

Era, desta forma, que começavam quase todas as nossas composições, na 3ª classe. A variante era a estação do ano e, como tal, o período e as características da mesma.
Não eram, de facto, muito originais, mas tal devia-se à nossa, ainda, quase total incapacidade para inventar, imaginar e desenvolver qualquer texto...
Ainda guardo estas composições. Estas e muitas outras. E é giro lê-las, de seguida, e perceber que de dia para dia a nossa escrita vai melhorando, ao ponto de, nas últimas composições da 4ª classe, conseguir descortinar alguma invenção e o emprego de expressões como "devido a", "muito aprecio", etc, etc.

Mas vinha falar-vos do Outono.
Ao contrário da maioria das pessoas, as estações do ano que mais gosto são as intermédias: a Primavera e o Outono. Isto porque não aprecio (hum, parece-me que a minha escrita não melhorou muito nos últimos 19 anos...) muito calor e/ou muito frio e, por isso, sou mais fã das temperaturas amenas, características das estações intermédias.
Apesar de considerar a Primavera uma estação mais agradável e bonita, adoro passar o Outono em Lisboa, com
      as inúmeras folhas caídas das árvores a cobrir as estradas e passeios da capital,
      o cheiro das castanhas assadas, tão característico desta época do ano,
      a colocação das luzes e enfeites de Natal nas principais ruas lisboetas...
Infelizmente, nos últimos anos, cada vez sinto menos o cheiro das castanhas e, devido à contenção económica, diminuíram substancialmente as luzes e os demais enfeites natalícios.
Mas Lisboa continua a ser linda no Outono. Porque os cheiros que caracterizam esta estação não são apenas os das castanhas e as luzes as do Natal. Lisboa tem um cheiro e uma luz própria no Outono. E só quem aqui vive consegue identificá-los e apreciá-los.
E é por isso que Lisboa continuará a ser linda no Outono.


Di