quarta-feira, 25 de julho de 2012

Um café e um pastel-de-nata, por favor!

De uma forma geral, considero que não tenho grandes vícios. Apenas os chocolates e os amendoins salgados me provocam uma sensação de total incapacidade de parar de os comer voluntariamente, ou seja, o "ataque" aos ditos cujos só termina se acontecer uma de três coisas: a embalagem acabar (situação mais habitual), alguém mos tirar da frente (vai acontecendo cada vez mais) ou ficar maldisposta (não é tão raro assim...).
Contudo, não acho que seja vício visto que, se não os tiver em casa, ou na casa de alguém onde vá com frequência, não me desloco ao supermercado para os comprar. Passo bem sem eles, se não os vir diante dos meus olhos (e nariz)...
E depois há o café. Pois, o café...
Esta bebida e eu temos uma relação estranha, já que começámos de costas voltadas e agora somos as melhores amigas.
Em tempos que já lá vão, esta pessoa que aqui vos escreve odiava café (sem nunca o ter, sequer, experimentado) e tudo o que estivesse com ele relacionado: bolos de café, gelado de café, rebuçados de café, etc, etc. Os meus pais, eternos amantes desta bebida, e sem a qual já não conseguem passar, achavam estranhíssima a minha rejeição ao café e, recordo-me, chegaram a propor que experimentasse "apenas uma colherzinha", a qual vinha na minha direcção e regressava, de imediato à procedência, após um abanão da minha cabeça.
Em qualquer encontro de amigos, enquanto todos pediam a famosa "bica", para mim lá vinha o carioca de limão e, com ele, a habitual piada: "ah queres um carioca, estou a ver...".
Sinceramente não me recordo da primeira vez que bebi café. Talvez tenha sido com amigos mas, provavelmente, foi em casa, por insistência familiar. Não adorei, é certo, mas também não desgostei...
Entretanto, entrei para a faculdade, onde as aulas começavam às 9 horas, a vontade de assistir às mesmas era pouca e... o café era a 0,35 cêntimos! É claro que tudo isto contribuiu para que, uma vez por outra, lá fosse ao bar, logo pela manhã e pedisse "um café e um pastel-de-nata".
Além disso, os encontros e as saídas à noite eram uma constante e, invariavelmente, o carioca de limão era substituído por uma "bica" (quanto mais não fosse para deixar de ouvir a habitual piadinha...). Por essa altura costumava dizer que o café, para mim, era "um acto social".
O curso termina e começo a trabalhar - os dias sucedem-se, longos, todos iguais. E inicia, então, a saga do café: um para acordar (importantíssimo!), outro a seguir ao almoço (mais importante ainda, para evitar a moleza) e, por vezes, um outro após o jantar (quando a noite vai ser longa ou mesmo só porque "apetece tanto beber um cafezinho depois da sobremesa").
Já lá vão uns anos e a rotina não mudou: dois a três cafés por dia ("nem sabe o bem que lhe fazia").
O café tornou-se indispensável na minha vida. Se não o bebo, não aguento as dores de cabeça durante todo o dia e (veja-se ao que cheguei!) até nas férias tenho que fazer a vontade ao meu organismo e pegar na chávena uma ou duas vezes por dia. 
Aliás, uma das primeiras coisas que o meu marido (namorado, na altura) e eu comprámos para o nosso "enxoval" foi uma máquina da Nespresso a qual, todos os dias, invariavelmente, é utilizada com fervor...
Para mim, o café é, hoje, um bem essencial. Mas, além disso, tornou-se um prazer que não consigo afastar.
Vício? Talvez... mas pouco me importa! Se todos os vícios fossem como este...
Espero que, um dia, quando tiver filhos, eles saibam apreciar o café como eu aprecio. Caso assim não seja, vou propor que experimentem "apenas uma colherzinha"... talvez resulte!


Di




Nota final: Outro dia descobri que casei no Dia Mundial do Café! Acreditem, foi pura coincidência, mas não deixa de ser um feliz... acaso!

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