quarta-feira, 4 de julho de 2012

Férias

As (tão esperadas) férias começam daqui a menos de um mês.
Contudo, vão ser as mais curtas dos últimos quatro anos (as obrigações laborais assim o exigem) e, desta vez, irão ser passadas num sítio diferente do habitual.
De qualquer modo, mal posso esperar que elas comecem... Sejam três semanas, quinze dias ou um fim-de-semana, férias são férias e já não as dispenso.
Lembro-me que, há uns quinze anos, frequentava eu o ciclo preparatório, a meio de Agosto já ansiava pelo fim das férias e o início das aulas. Sim, (espantem-se!) é verdade! Sendo eu filha única, férias era sinónimo de horas a fio a brincar sozinha, dias inteiros na praia com os meus pais a observar as outras crianças a brincar em conjunto, enquanto eu construía e destruía castelos na areia, completamente só...
Não que as minhas férias fossem más. Não eram. Lembro-me, por exemplo, de bons momentos em Vila Nova de Milfontes, recordo-me de dias únicos nos Açores e na Madeira. Mas faltava-me a companhia dos outros meninos e só de vez a vez, lá apareciam as minhas primas ou uma ou outra amiga para me acompanhar nas brincadeiras. Por esse motivo, desejava tanto o início das aulas. Recordo-me, como se fosse hoje, que adquirir o material escolar era um dos pontos altos do meu Verão: para além de ser sempre divertida a compra dos cadernos, das canetas coloridas, do estojo a condizer com a mochila ou de "vasculhar" os livros ainda sem uso, este momento traduzia "regresso às aulas", recreio, companhia...
Anos mais tarde as férias diminuíram e começaram a saber a pouco. Então, na faculdade, não sabiam a quase nada, e tornou-se um suplício o regresso aos estudos...
Hoje as férias, para mim, já não significam só companhia (essa tenho-a, felizmente, durante todo o ano, seja em casa, no trabalho ou no café com os amigos). Significam descanso, paz, talvez, até, uma espécie de anarquia, devido à quase total ausência de regras.
E, por isso, mal posso esperar pelas férias.
Pelos momentos a teu lado, em silêncio, à beira de uma piscina de um qualquer hotel, em que não são precisas palavras para descrever o que nos vai na alma.
Pelos muitos passeios que damos pelo país, ou por uma qualquer cidade na Europa, em que percorremos quilómetros (e apenas sinto os pés por que os mesmos teimam em escaldar dentro dos ténis), jurando sempre não repetir a proeza, promessa que esquecemos no dia seguinte.
Pelas horas passadas na esplanada, até de madrugada, em que só o cansaço vence a vontade de pôr a conversa em dia com os amigos de sempre.
Ou, ainda, pelo momento, só meu, de saborear um livro, deitada na toalha, debaixo de um raio de sol, enquanto as crianças riem e saltam à beira-mar, encharcando-me de areia e pingos de água.
Já fui assim. Já saltei e ri à beira-mar. E também já chorei por os outros meninos não quererem brincar comigo... Mas agora sei que, finalmente, consigo apreciar as férias no seu todo. E adoro esses (por vezes, tão poucos) dias de liberdade. Faz-me regressar 15 anos atrás, aos momentos em que tinha companhia para construir castelos na areia.



Di

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