Ontem estivemos uma boa parte da tarde no parque da Serafina com
uns amigos e o filho deles (de 14 meses).
Não frequentava aquele parque há uns 18 anos, desde os tempos das festas de anos dos colegas da escola (na altura, festejar o aniversário no Alvito e na Serafina era moda, não sei se hoje ainda assim é) e não fiquei desiludida. Tudo estava,
mais ou menos, como me lembrava, apenas com uns insufláveis a mais...
O M., o bebé dos meus amigos, ficou deliciado com tudo aquilo e
(ele que é uma criança bastante mexida) andava, sem grandes pressas, observando
os outros meninos e tentando, ele próprio, digerir cada minuto passado no
parque, como se o tempo, ali, fosse precioso.
Ao observá-lo dei por mim a pensar que nós, os
adultos, devíamos levar a vida do mesmo modo que o M.: aproveitar cada minuto
sem as habituais correrias, porque, de facto, o tempo é precioso.
Mas, em vez disso, passamos a vida num eterno
lamento, a queixarmo-nos do que não temos e do que precisamos para estarmos
felizes e quando, finalmente, nos encontramos no nosso "parque de
diversões", esses momentos "sabem" a tão pouco e passam num
ápice...
Ontem invejei uma criança de 14 meses.
Durante uns minutos quis voltar a ser
pequenina, segurar na mão da minha mãe e deixar que ela me ajudasse a subir
para o baloiço. Quis aproveitar cada minuto naquele vai-e-vem, a sentir o
vento bater-me na cara e ouvir o riso dos outros meninos no escorrega ali
ao lado.
No fim de contas, são as crianças que nos dão lições de vida: os bons momentos devem ser saboreados e aproveitados ao máximo.
Afinal, não sabemos quando poderemos voltar a andar de baloiço...
Di